Passaporte Digital do Produto em mobiliário e construção: guia aprofundado para enfrentar a maior mudança da década

O Passaporte Digital do Produto (DPP) em mobiliário e construção: guia aprofundado para profissionais e marcas
Os setores imobiliário, mobiliário e da construção estão prestes a viver a maior mudança regulatória desta década em termos de transparência e sustentabilidade: o Passaporte Digital do Produto (DPP, na sigla em inglês). Se você trabalha em imobiliária, design de interiores, arquitetura, desenvolvimento, fabricação de mobiliário ou gestão de projetos, o que você lerá a seguir impactará seu dia a dia, seus processos, e até a forma como comunica o valor dos seus produtos e serviços.
O que é o Passaporte Digital do Produto (DPP) e por que ele te afeta a partir de 2025
O Digital Product Passport (DPP) é uma nova ferramenta digital obrigatória que reúne as informações essenciais sobre a composição, origem, ciclo de vida e sustentabilidade de um produto. Vai afetar móveis, materiais de construção, têxteis, baterias, e uma longa lista de produtos comercializados na União Europeia, tanto para fabricantes europeus quanto para importadores ou gestores de cadeias de suprimentos globais. Segundo as diretrizes mais recentes do "ESPR Working Plan 2025-2030" e o regulamento europeu (fonte: KNOWRON: Digital Product Passport Guide), o DPP será inicialmente obrigatório para materiais de construção e mobiliário a partir de 2027 (com deadline chave em abril de 2025 para preparar dados e processos).
A ideia central é simples: dotar cada produto de uma "biografia" digital única, acessível por meio de um código (como um QR), onde conste toda a informação essencial que antes era opaca e invisível para o profissional, consumidor ou responsável pela cadeia.
- Composição de materiais e origem
- Sustentabilidade e pegada de carbono (incluindo PCF: Product Carbon Footprint)
- Reparabilidade e reciclabilidade
- Histórico de fabricação e cadeia de suprimentos
- Certificações ambientais e sociais
Com o DPP, a UE busca um mercado mais eficiente e verde, fortalecendo arquitetos, construtores, designers, proprietários, agentes e compradores para comparar, escolher e repensar melhor cada componente de um espaço.
Quais produtos incluirão o DPP e quais são as datas chave?
A regulamentação é progressiva, mas as primeiras indústrias afetadas serão
- Materiais de construção (madeira, concreto, aço, produto composto, janelas, portas, pisos, tintas, adesivos)
- Móveis e peças de mobiliário
- Eletrodomésticos, baterias, têxteis, eletrônicos
Datas chave: - Já em 2025: prazo para preparar estruturas e processos internos de reporte (auditorias, PLM, rastreabilidade de materiais).
- 2025-2026: primeiros guias regulatórios públicos e pilotos de DPP. Fabricantes e designers devem começar a coletar e digitalizar dados.
- Abril 2025: prazo para cumprimento documental para novos produtos em setores chave.
- 2027: entrada em vigor real para móveis e construção. DPP obrigatório para vender, importar ou distribuir na UE.
Esse calendário te dá tempo justo para:
- Revisar fichas técnicas e dados dos seus produtos
- Identificar lacunas em informações ambientais e sociais
- Aprimorar a integração de dados entre fornecedores e clientes
Dica prática: se hoje você tem dificuldade para localizar a origem das suas matérias-primas, este é o momento de exigir isso dos seus fornecedores e preparar seu negócio para o futuro.
O que deve incluir o DPP em mobiliário, construção e design
O passaporte digital não será apenas uma "etiqueta online". É uma base de dados robusta e atualizável, alinhada ao que exige a economia circular. Segundo especialistas (fonte: Climatiq Blog: Digital Product Passports 2025), você deverá reunir e validar as seguintes informações no mínimo:
- Materiais e componentes: lista detalhada, percentuais e origem
- Dados sobre reparabilidade: peças de reposição, instruções de reparo e tempo estimado
- Reutilização e reciclagem: índices de reciclabilidade, instruções de desmontagem
- Pegada de carbono calculada (Product Carbon Footprint, PCF)
- Certificados ambientais e sociais: como FSC para madeira, selos ecológicos, auditorias éticas
- Histórico de propriedade e manutenção para produtos reutilizáveis ou de aluguel
Além disso, você precisará integrar de forma simples essas informações em catálogos digitais, PLM, marketplaces, documentação de projetos BIM e outros canais online.
Como o DPP afeta marcas, fabricantes, designers e arquitetos
Do ponto de vista estratégico, o DPP modifica profundamente como você apresenta e vende um bem ou projeto. A seguir, compartilho, com base na minha experiência coordenando projetos de design e produção para marcas europeias, os principais impactos e desafios em cada papel:
- Marcas e fabricantes: deverão sistematizar a coleta de dados de materiais, processos e fornecedores. Será fundamental investir em soluções PLM flexíveis e em relações de transparência com a cadeia de suprimentos.
- Designers de interiores e arquitetos: terão acesso a informações objetivas de sustentabilidade e segurança diretamente do produto, sem depender da palavra de um vendedor. Isso trará transparência a concursos, especificações e propostas para clientes.
- Agentes imobiliários e desenvolvedores: poderão ilustrar atributos sustentáveis e ciclos de vida de um imóvel com dados verificados, melhorando seu argumento de venda.
A nível ético, também marca o início do fim do greenwashing: o que se comunica como “eco” ou “sustentável” estará respaldado por dados e padrões comparáveis (fonte: Circularise: DPPs required by EU legislation).
Vantagens práticas: transparência, venda, inovação e nova narrativa de marca
A implementação do DPP abre enormes oportunidades para se diferenciar. Exemplo pessoal: trabalhando com uma marca de mobiliário de médio porte, conseguimos acessar projetos hoteleiros premium somente após demonstrar, passaporte em mãos, a origem certificada de cada madeira e o índice de reciclabilidade. O passaporte digital será para muitos o “novo passaporte para mercados de valor agregado” na Europa e em outros países que em breve o adotarão.
- Aumentar confiança e reputação da marca: projetos públicos, hoteleiros e grandes estúdios sempre exigirão dados verificáveis, não apenas promessas.
- Reduzir riscos contratuais e pós-venda: com dados rastreáveis, minimizam-se erros por especificações incorretas e economiza-se tempo em reclamações.
- Estratégias de internacionalização: o DPP logo se tornará requisito para acessar feiras, licitações e mercados europeus.
- Facilita storytelling e conteúdo visual: atributos antes ocultos se tornam argumentos criativos para comunicar (vídeos, imagens, dados interativos).
Ferramentas de visualização, geração de catálogos e gestão digital, como as oferecidas pela Deptho, ganharão ainda mais protagonismo à medida que você precisar gerenciar milhares de referências e seus credenciais ESG (ambientais e sociais) de forma visual e compreensível.
Checklist passo a passo para se preparar já: da coleta de dados ao marketing visual
- Faça uma auditoria de informação: você tem dados sobre materiais, fornecedores, pegada de carbono, reciclabilidade e certificações reunidos e digitalizados? Faça isso já (fonte: Sherwen: DPP compliance 2025).
- Identifique lacunas de informação em seus produtos e peça aos fornecedores dados críticos (origem exata, emissões, certificações, reparabilidade).
- Revisão interna de processos: seu software atual de catálogo, estoque ou PLM permite integrar campos do DPP?
- Forme (ou busque parceiros que formem) sua equipe comercial e de vendas sobre como comunicar a nova proposta de valor baseada em transparência.
- Comece a pensar seus próximos projetos cocriando storytelling visual apoiado nas fichas do DPP: imagens, diagramas, comparativos e renders com atributos de sustentabilidade destacados.
A chave está em não ver o DPP como um "ônus legal", mas como a oportunidade de transformar a relação com clientes e o próprio ecossistema do setor. As marcas que derem o salto primeiro ganharão reputação e acesso a projetos premium.
10 erros frequentes que você pode evitar a tempo na implementação do DPP
- Pensar que “isso só afeta grandes marcas”. Todas as empresas e fornecedores, independentemente do tamanho, farão parte da cadeia.
- Esperar até a data limite para buscar ou carregar dados. Isso pode colapsar abruptamente seu fluxo de vendas.
- Deixar campos de origem ou reciclabilidade em branco ou “a completar”. Será motivo de atraso em alfândegas, licitações e concursos.
- Descuidar do formato digital interoperável (PDF não basta; você precisará de APIs, bases de dados conectadas).
- Omitir a formação da sua equipe em novas competências tecnológicas, legais e de comunicação visual.
- Subestimar a gestão (ou segurança de) dados sensíveis ou compartilhados com terceiros.
- Pensar que basta dados de fornecedores: você terá que verificar evidências, vínculos, certificações e auditorias de terceiros.
- Desconsiderar o impacto no marketing: sem storytelling visual e numérico, o DPP é apenas um peso técnico e não uma vantagem competitiva.
- Não pensar na atualização frequente do DPP: um produto pode somar melhorias ou mudanças após seu lançamento.
- Não comunicar a tempo os benefícios a clientes ou usuários finais, impedindo que percebam o avanço e a diferenciação (e cobrando menos por isso).
A experiência de fabricantes pioneiros demonstra que quanto antes você investir em sistematizar e comunicar, menos atrito terá e melhor capitalizará o novo padrão europeu.
DPP e o futuro do design personalizado, design de interiores e arquitetura responsável
Um detalhe que frequentemente passa despercebido: o DPP não freará a criatividade de designers ou arquitetos, mas levará o design personalizado e sob medida a novos níveis de confiança e rastreabilidade. Eles escolhem materiais ou peças pela estética, mas agora também poderão identificar rapidamente os que cumprem parâmetros de segurança, longevidade, emissões e certificações, sem perder a agilidade criativa.
No design de interiores, visualizar comparativos de materiais e impacto ambiental será tão rápido quanto abrir um moodboard digital em uma videochamada. O resultado: propostas mais transparentes, competitivas e alinhadas com clientes e gerações que demandam mais por menos impacto.
Inovação digital, IA e visualização avançada: o aliado da transição do DPP
A gestão de grandes volumes de dados de produto, validações, imagens e storytelling efetivo requer ferramentas digitais de última geração. Plataformas de gestão visual como Selecta da Deptho, permitem vincular informações e visualizações hiper-realistas do produto com atributos-chave. Assim, cada ficha, infográfico e proposta comercial se potencializa para se tornar um argumento de venda sólido e fácil de entender para qualquer um.
Outras funções, como melhoria de imagens e criação rápida de variantes visuais (muito útil em catálogos DPP multi-país), podem ser realizadas com plataformas como Upscale. O futuro é visual e transparente: aproveite esta janela de oportunidade para posicionar sua marca, produto ou projeto como pioneiro e referência da nova era circular.
Conclusão: o DPP como motor de mudança setorial, competitividade e transparência real
Cada vez mais profissionais buscam se diferenciar oferecendo valor real e visível a clientes e usuários finais. O Passaporte Digital do Produto torna-se o novo padrão, e longe de ser uma barreira, é uma chave mestra para inovação, rentabilidade e conexão direta com os grandes desafios da nossa época. Se quiser compartilhar sua experiência pessoal, dúvidas ou precisar de ajuda para integrar visualização e dados DPP no seu processo criativo, escreva para nós ou confira outros posts do nosso blog.
Quer aprender como preparar a visualização e o storytelling dos seus produtos no novo contexto DPP? Descubra mais na Deptho, explore nossos recursos gratuitos e teste como a IA pode transformar a forma como você apresenta seu catálogo sustentável.